hahahaha
[freguês da vez - dona h.]





dona h. é uma de nossas freguesas carimbadas. todo final de semana ela vai até à livraria e gasta 85 salários mínimos em livros. ela já disse uma vez: "compro, mas não leio". é que dona h. está guardando para quando não puder mais sair de casa, para quando a "idade chegar". é, bem creize. uma vez, dona h. ficou 40 minutos conversando comigo e, embora eu AME conversar com a freguesia, nosso bate-papo foi basicamente sobre o nada. daí eu quis morrer e falei que precisava ir para uma reunião. haha. então hoje, sabadão, dona h. apareceu por lá, como de costume. nosso encontro foi assim:

- oi, qual dos dois é o último do nicholas sparks?

(freguesa dona h. pergunta segurando "o milagre" e "um amor para recordar", os dois últimos livros publicados do autor)

- é "o milagre", dona h.

- ai, menina, tô tão indecisa. é que eu já li "um amor pra recordar" e não sei qual dos dois eu levo.

(ô dona h., como é que dá pra brincar com uma joselita quiném a senhora? alalá alalá alguém avisa?)

- então, se a senhora já leu "um amor pra recordar", talvez seja interessante levar o outro, não?

- ai, será?

- dona h., licença, preciso ir para uma reunião.

manual prático de bons modos em livrarias: pegaram? "preciso ir para uma reunião" é o novo "leave bookseller alone".
[xerox e copiadora]



- OI TUDO BEM VC TEM XEROX HOLMES.

assim mesmo, sem vírgula, ponto de interrogação, nada. em um só fôlego, a freguesa tirou a coragem de seu peito e pediu, quase gritando: x e r o x h o l m e s. como lidar, platéia? alô, produção? oi, chama o síndico?

manual prático de bons modos em livrarias: sinceramente? depois do repórter 6, eu não fico surpresa com mais nada. se meu gato começar a conversar comigo neste exato momento, eu vou responder, assim, sem nenhum deslumbramento. porque às vezes eu acho que meus chefes contratam atores para proporcionar momentos assim. se você é um desses atores que sempre visitam a nossa livraria, saiba, sua fisionomia jamais será esquecida. cuidado.
[ma che!?]



livraria, dia da semana qualquer, período da manhã. enquanto guarda alguns livros no setor de literatura fantástica, um dos livreiros escuta o seguinte diálogo sendo proferido por dois djovens:


- olha esse aqui, mano.

- putz, animal, hein!?

- cara, me diz! me diz como ainda tem gente que não acredita na existência deles!?

- putz, pode crê.


(HAHAHAHA)

manual prático de bons modos em livrarias: vocês são incríveis, mas tamanha criatividade ainda vai provocar um derrame coletivo na livraria. sério.
[quer pagar quanto?]




- onde eu vejo o preço?

(freguesa pergunta ao livreiro, enquanto segura a garrafa de água de uma das livreiras da loja. sim, ela quer saber o valor da garrafa de água)

- isso não está à venda, minha senhora.

- ah não?

(ah não? francamente, né? quando é que alguém sai de casa e tem o seguinte pensamento: "vou à livraria comprar uma garrafa de água"?)

- não, inclusive essa garrafa é daquela livreira ali ó.

(livreiro aponta para a colega de labuta, que não entende nada do que está acontecendo)

- ui, desculpe.

(freguesa coloca o livro entre as pernas e sai de cena)

manual prático de bons modos em livrarias: freguesia, imagine só que uau seria se na livraria começasse a vender bons drink? daí atitudes como a da freguesa acima seriam perfeitamente aceitáveis. a gente espera, pacientemente, o dia que alguém irá nos perguntar: "e esse corpinho, quanto é que tá?".


boa semana procês, pranozes.
[a vez do freguês - parte 5]

agradecemos à freguesa didi iashin, que trabalhou por 12 anos em uma livraria de sp, pelo amor compartilhado. ♥


(a sutil arte de travar uma conversa psicodélica com um freguês via telefone)

- alô? eu quero devolver as fitas do curso. estão com defeito.

- qual é o problema delas? elas estão apagadas?

- sim, estão faltando as lições X, Y e Z.

- tudo bem, a senhora pode trazer aqui na loja e a gente faz a troca. deixa eu fazer uma pergunta: só toca um lado da fita, certo?

- um lado? e tem que virar a fita?

manual prático de bons modos em livrarias: nostalgia, a gente vê por aqui.
[tudo junto e misturado - parte 5]




(penúltimo domingo de julho. todos comemora. quase 80% dos fregueses que entram na livraria são pais à procura dos livros que ascriança deveriam ter lido nas férias. #tenso. além disso, muita aventura, confusão e delírio, você não pode perder)


- oi, tem o livro "audacioso e mordaz" da janelle brown?

(livreiro consulta o sistema e não encontra nenhum livro com o título solicitado pela freguesa)

- então, você tem certeza que o título é esse? olha só, não consta nada.

- é sim. tá escrito bem aqui, ó.

turuntuntsss.


manual prático de bons modos em livrarias: bom senso, sua louca, durma com esse barulho.
[comunidade hippie]



gente linda, limpinha e sincera você só encontra aqui.
[saramago é brasileiro e não desiste nunca]

agradecemos ao livreiro v. pelo amor compartilhado. :)


brinks, sou europeu

(seção de literatura, onde tudo pode acontecer)

- eu posso saber que ABSURDO é esse? como é que vocês se ATREVEM a colocar o saramago na estante de literatura estrangeira?

(HAHA porque ele é irmão do carioca gabriel garcía márquez e primo do paulo coelho?)

- ele é português, sendo assim, não dá pra deixar os livros dele na estante de literatura brasileira, né?

(quantas tonalidades de vermelho a vergonha é capaz de proporcionar ao rosto humano?)


manual prático de bons modos em livrarias: tá vendo que feio? sim, ninguém é obrigado a saber a nacionalidade dos escritores, mas daí querer fazer sopa de alhos com bugalhos na nossa cozinha já é demais.
[freguês do futuro]

julho é o mês da alucinação coletiva. quando a gente acha que todo delírio possível já aconteceu na livraria, vem um freguês e nos encanta. amamos, é claro.


- moço, por favor, onde estão os livros de passado-futuro?

(e você aí achando que dorgas não causavam efeitos colaterais, né? vai vendo, seu sabidão)

- como assim?

- ué, livro de passado-futuro.

(livreiro mentaliza: rá, ué. ué?, eu que pergunto. "passado-futuro", meu senhor? meu senhor, eu poderia estar na minha casa e o senhor na sua, mas já que estamos aqui, sejamos breves)

- o senhor poderia me explicar o que é passado-futuro?

- então, é que eu gosto de livros, assim, do futuro, sabe? só que do passado.

- do passado?

- é, antigos.

(ai, desenha?)

- livros antigos do futuro?

- isso.




- seria os de ficção científica?

- é, menino! o que você me indica?

(silêncio)


manual prático de bons modos em livrarias: o que você, freguês, imagina? você imagina que vivemos em um mundo paralelo onde cérebro é igual droga e quase ninguém usa porque é proibido? pois é, a gente também.
[mimo do dia]



uma das coisas mais bacanas que já escreveram sobre o manual saiu aqui ó. emocionei, luciana. ♥
[profissão repórter]





- oi, eu queria o dvd do repórter 6.
- repórter 6?
- isso, daquele menininho lá.





















- ...





em tempo: não, não era uma criança. era um adulto barbado.

manual prático de bons modos em livrarias: desmaio.
[conselho livresco]

[querido diário otário]


nosso sábado poderia ser tão tranquilo quanto a imagem acima, mas, como não poderia deixar de ser, livraria no final de semana é muita loucura nesseshopping acumulada. sério. tudo o que aconteceu conosco hoje, por exemplo, dava um livro, uma série, uma peça de teatro, um filme e mais umas 87921325 postagens aqui no blog. prá começar, vamos publicar os cinco melhores momentos do dia. foi incrível. fregueses, vocês estavam ótimos.


*

- boa tarde, vocês vendem vale-presente?
- sim, vendemos.
- e ele vem em uma sacola?

*
- olá, eu queria um livro só que eu não sei o título.
- você sabe alguma informação sobre ele?
- então, ele tem várias páginas.

*
- oi, você é a única funcionária aqui da livraria?

*
- oi, você já leu esse livro?
- ainda não.
- conhece alguém que tenha lido?
- não.
- EU QUERO SER ATENDIDA POR ALGUÉM QUE TENHA LIDO ESTE LIVRO.


*
- moço, vocês vendem livros aqui?


manual prático de bons modos em livrarias: a partir de amanhã vamos simular desmaio a cada pergunta sem pé, cabeça e membros. portanto, estejam preparados, não vamos fazer nenhuma cerimônia na hora de fazer a berenice no limite da morte.
[une femme est une femme]



bom sábado procês. ♥
[presente de grego]



- oi, eu queria dar um livro de presente.
- é algum específico ou você gostaria de uma sugestão?
- então, eu gostaria daquele "o sapinho que queria prestar concurso".

(mesmo intrigado com o título, livreiro joga no sistema, vê que a "obra" está esgotada na editora e avisa a freguesa)

- e você tem algum outro pra concurso que não seja tão complexo?
- olha, tem esse aqui, que é bem bacana e bastante procurado.
- ah, não. acho que "comer, rezar, amar" tá de bom tamanho.


manual prático de livrarias: o que "comer, rezar, amar" tem a ver com concursos é a pergunta do século. é por isso que a cada dois atendimentos, paramos, respiramos e pensamos "a vida tá de brinks, deixa pra lá". sendo assim, quando você notar que um livreiro está em posição de lótus e com os olhos fechados, por gentileza, respeite o momento.
[mamilos polêmicos]



polêmica só aqui. o blog é pra divertir. continuemos.
[dom casmurro e a geração y]

dom casmurro moderno tocando guitarra


- moça, você tem "dom casmurro"?
- temos sim, de qual editora você quer?
- tanto faz, é pr'o vestibular.

("tanto faz". livreira vai até a estante de literatura, pega algumas edições de "dom casmurro" e entrega à freguesa)

- nossa, mas esse aqui é muito velho.

(oremos)

- olha só, a edição é antiga, mas o texto é o mesmo deste aqui, por exemplo.
- ah, mas essa edição parece mais moderna, para os vestibulares de hoje em dia.

(alguém, por favor, explica? mais moderna para os vestibulares de hoje em dia, oi? explica, por favor, porque foi nesse exato momento que imaginei as ruas de copacabana, o cristo redentor e os botecos da lapa gritando o meu nome. ♥)

- ...
- o que você acha, moça?
- você quer o livro para o vestibular, certo?
- isso.
- então, tanto faz (rá, te peguei!). você precisa do texto integral, só isso.
- ahhh... e qual é o mais barato?

(tava demorando, senhor, tava demorando)

- existem as edições de bolso, que são beeeem mais em conta.
- ah, as resumidas, né?

(gente, de onde vocês tiraram a idéia que livro de bolso é livro resumido? conta pra mim, vai)

- não, o texto é integral.
- mas os livros são tão pequenos, impossível que caiba tudo lá.
- ...

(livreira desiste da missão e deixa a freguesa levar a edição moderna para os vestibulares de hoje em dia)

manual prático de bons modos em livrarias: a gente já ensinou aqui como comprar um livro publicado por diversas editoras, né? pois bem, não vamos ensinar de novo. outra coisa, antes de prestar vestibular e não ser aprovado, por gentileza, pela humanidade, aprendam a ler. as sinopses, geralmente, ajudam no momento da escolha de uma obra.
[alovose]



- oi, tem persuasão do dostoievski?


manual prático de bons modos em livrarias: e a vontade de dizer "tem"?
[a arte não imita a vida]

a arte:




a vida:


- moça, eu gostaria do livro x.

(livreira consulta o sistema e observa que a obra está esgotada no fornecedor. livreira sabe que o termo "esgotado", no imaginário popular, significa algo parecido com "não tenho, mas consigo para amanhã" )

- então, ele tá esgotado na editora e não temos nenhum exemplar na loja.

- esgotado?

(pronto, vai começar a dança dos famosos)

- sim, esgotado. a editora parou de publicar o livro e a livraria não consegue mais encomendar.

- ah sim. e se eu pedir demora muito pra chegar?

(quê que foi, quê que foi, quê que há? qual parte do "a livraria não consegue mais encomendar" ele não entendeu?)

- não, senhor, pois ele está esgotado.

- e vocês não tem nenhum na livraria?

(nove de julho é feriado do quê mesmo? será que eu desliguei a cafeteira antes de sair de casa? preciso marcar dentista. tanta coisa pra pensar e, ah, sim, o freguês...)

- não, nosso estoque está zerado.

- e não tem como mesmo?

(VAI, CAMPEÃ! RESPIRA, FUNDO E VAI)

- então, não dá pra pedir na editora.

- e não tem em nenhuma outra unidade de vocês.

(é realmente necessário fazer esse tipo de tortura chinesa com alguém que você nunca viu mais gordo em toda a sua vida?)

- não, não tem.

- mas será que eu consigo encontrar em outra livraria?

(alô, concorrentes!, precisamos instalar o sistema de vocês em nossos computadores)

- olha, eu não consigo verificar o estoque de outras livrarias.

- sei. e não dá mesmo pra encomendar?

- não.

(vou desenhar, peraí)

- e não tem nenhum nenhum nenhum aí perdido?

- não.

- então tá esgotado, né?

- é.

- ah, entendi.

- ...

- mas vou tentar em sebo. quem sabe, né?

- ...

manual prático de bons modos em livrarias: paciência também esgota. cuidado.
[pra morrer antes de ler]


freguês depara-se com a obra acima e dispara:

- olha só, um livro com vários resumos. que ótimo, agora é que não compro mais nenhum livro mesmo! quanto será que é?

manual prático de bons modos em livrarias: nesses momentos, o livreiro opta pela audição seletiva, ignora a sua pergunta e sai andando como se não houvesse amanhã.
[manual prático ♥ cariocas]

(p'ra ler a matéria, só clicar na imagem)

e não é que a gente saiu n'o globo? um beijo pra alice sant'anna, essa linda.
[a balada do freguês justiceiro]


livraria lotada, crianças gritando, telefone tocando, livros perdidos, senhoras de idade perdidas. livreiro sozinho no setor percebe que um freguês precisa de ajuda e demonstra atenção.

livreiro: só um minuto que eu já atendo o senhor.














freguês: vou te dar três minutos. se você não me atender em três minutos, meu revólver vai funcionar.

tenso.

manual prático de bons modos em livrarias: durante o mês de julho, a livraria costuma ficar cheia quase todos os dias. nós atendemos, no mínimo, duas pessoas ao mesmo tempo e haja jogo de cintura para manter o sorriso e o rebolado. tem gente que compreende a situação e entra no ritmo da festa, tem gente que perde a paciência e nos ameaça de morte. tem problema não, nosso seguro de vida é ótimo e a família vai agradecer.
[julho. ou mês de férias das crionças]



mês de férias dascriança e, viva, todo mundo vai viajar? claro que não. passar as tardes na livraria, além de divertido (tem coisa mais legal do que irritar livreiro, tirando TUDO do lugar, como se fosse uma brinquedoteca?), sai bem mais barato do que mandar os pentelhos para o o fantástico mundo de beto carreiro. sendo assim, a gente preparou um post especial para alguns pais que perdem a noção de delírio. um beijo pra vocês, seus loucos. bóra lá:

1) não, você não pode deixar seu filho sozinho na livraria e sair para fazer as unhas ou levar o carro ao mecânico. por mais seguro que pareça, não faça isso. os anões que atualmente trabalham conosco são, na verdade, crianças abandonadas pelos pais;

2) por mais que seja delicioso, livro não é comida. então, por favor, alimente seu filho antes de sair de casa e não permita que ele engula (literalmente) as obras do setor infantil. gases literários são insuportáveis, vai por mim;

3) a gente sabe, livros infantis são incríveis! só que livraria não é loja de brinquedo, então, bóra ensinar o seu filho que não pode estragar o livro? bóra ensinar que livro é sagrado e que a tia da livraria é amiga do velho do saco e dá o nome da criança que rasga livro p'ra ele?;

4) tia é o cacete. "eu não sou irmã da sua mãe nem do seu pai";

5) não, seu filho não pode fazer xixi na nossa lata de lixo nem você pode trocar a fralda dele no meio da livraria. assim, poder pode, mas vamos combinar que cheiro de livro é melhor que cheiro de cocô de abacate? vamos;

6) todo livreiro é lindo e simpático, mas isso não nos torna monitores de área de recreação infantil. não pode cuidar do seu filho? a gente também não (♥).

manual prático de bons modos em livrarias: aprendeu? ótimo. agora é só imprimir, distribuir prazamiga, e aproveitar as férias!
[a vez do freguês - parte 4]



nosso freguês mais do que querido, roberto borati, convida todo mundo de todo canto para uma boca livre durante o lançamento do seu livro "região abissal". meninos, levem os bons drink; meninas, kibes e esfihas.

mais informações, aqui.
[tempo amigo, seja legal]



(seção de psicologia. livreira está terminando de fechar o pedido de uma freguesa, quando é abordada por um senhor de meia idade)

- mocinha, você tem muito tempo livre?

(mantras budistas não funcionam mais. vamos tentar a simpatia)

- não. (é muita simpatia)

- tudo bem, vou deixar um problema matemático bem bacana para você resolver no seu tempo livre.

(livreira, completamente perplexa, sabe que desta vez será necessário chamar o emergência 911. afinal, será uma história verdadeira de salvamento)

- mas eu não tenho tempo livre, meu senhor.

(freguês pede um pedaço de papel, uma caneta e começa a escrever uma série de números)

- então, veja só, você pode utilizar todos esses números, só não vale repetir. daí o resultado tem que dar 28.

(livreira entrega pra cristo) - tá bem, vou fazer em casa, no meu tempo livre.

(cristo devolve pra liveira) - quer que eu faça um para você ver como é legal?

- não, não precisa. pode deixar, vou tentar em casa.

- imagina! vou fazer um só pra você ver o esquema.

manual prático de bons modos em livrarias: o que você faz com o seu tempo livre? tem gente que vai ao parque dar comida aos pombos; tem gente que fica em casa assistindo "curtindo a vida adoidado" (♥) e tem quem goste de ir à livraria só para ter diálogos assim conosco. particularmente, eu prefiro o que os pombos fazem com o tempo livre deles (um ótimo exemplo é a foto que ilustra este post).
[se conselho fosse bom...]


sendo assim, vem curtir cá gente no feice. ♥
[inclusão literária]

- ai, meu saco.

- moça, por favor, onde ficam os livros de autoajuda?

(livreira leva a cliente até à seção)

- obrigada! os da clarice ficam aqui, né?

- clarice lispector?

- anhã.

- não, não. eles ficam em literatura brasileira.

- mas ela é escritora de autoajuda, né?

- então, depende.*

manual prático de bons modos em livrarias: agradecemos ao twitter e ao orkut pela graça alcançada.

*sim, depende. conheço gente que encontra nos livros da clarice forças para viver. mas também, quem não conhece?
[a vez do freguês - parte 3]



"Equipe do Manual Prático de Bons Modos em Livrarias,

Conheci o blog de vocês hoje por indicação de uma amiga e amei!

Queria aproveitar pra contar uma situação que aconteceu comigo quando comecei a faculdade. Fiz Letras e precisei comprar um exemplar d'A Ilíada para as aulas de grego. Entrei em uma livraria em Teresópolis e perguntei à funcionária se ela tinha A Ilíada. A funcionária me pediu o nome do autor. Já comecei a pressentir algo errado... mas respondi. Não satisfeita, ela pediu o sobrenome do autor. Respondi que não tinha sobrenome. Ela continuou - perguntou se era um livro didático. Expliquei que era literatura. A moça pediu licença, olhou as estantes, foi para trás do balcão, consultou o sistema informatizado, ligou pra alguém e minutos depois veio dar a notícia: "Olha, esse livro a gente não tem mais, mas você deixa seu nome e telefone e a gente liga quando ele lançar um livro novo!".

Às vezes eu me arrependo de não ter dado meu número de telefone. Como diz aquela propaganda, vai que....?

Um abraço,
Mariana Mourente"

manual prático de bons modos em livrarias: quem diria, hein? homero liderando a lista dos lançamentos mais vendidos. em breve, adaptação para o cinema com os atores mais descolados da nossa geração. nicholas sparks vai tremer de inveja. essa batalha de gigantes (homero x nicholas sparks) você não pode perder.
[tudo junto e misturado - parte 4]


best friends forever

(sexta-feira. livraria lotada, quente, fervendo. livreiro pensa em sair pela porta da frente, gritando "liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós", mas lembra do aluguel e desiste da idéia)

- MOcííííNHO.

(mocinho!? fregueses, francamente, "mocinho"? a gente prefere "docinho", "lindinha" ou "florzinha")

- pois não, senhora?

- eu queria aquele livro que fala sobre a amizade entre um homem e um peixe.

(amizade entre um homem e um peixe? a freguesa certamente confudiu peixe com cachorro e está à procura de "marley e eu". mas não vamos entregar os pontos; ao contrário, vamos deixar o delírio rolar)

- ...

- então, acho que o nome do livro é "o velho e o barco".

(rapaziada...) - olha, será que não é "o velho e o mar" do hemingway?

- exato! ah, mas o nome é parecido, né? eu quase acertei!

(livreiro pega uma medalha e pendura no pescoço da freguesa vai até a estante, pega um exemplar da obra e entrega para a freguesa)

- pronto, aqui está.

- mais uma coisa, mocinho... esse livro é BONITINHO?

manual prático de bons modos em livrarias: #comolidar?
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